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"Bate-papo" desafia torpedo no celular
Versões de Messenger para telefone e redes sociais, como Facebook, representam 10% das mensagens móveis
As  redes sociais e os comunicadores instantâneos móveis começam a disputar  a atenção com as mensagens de texto SMS entre usuários de celular no  país.
Segundo estudo da consultoria TNS Research com 1.320 brasileiros, 10%  das mensagens no celular já correspondem a textos de comunicação  imediata.
São mensagens publicadas em redes sociais ou trocadas em ferramentas  como BlackBerry Messenger (BBM), eBuddy ou WebMessenger, que permitem a  interação entre usuários em tempo real, como no PC.
A fatia dos mensageiros pode parecer pequena ante os 21% de  participação do SMS, mas surpreende pelo crescimento. Em 2010, a  categoria era insignificante.
"Os dados mostram que o brasileiro está disposto a adotar rapidamente  novas formas de comunicação", afirma Alexandre Momma, diretor de  atendimento em Tecnologia da TNS.
O eBuddy, principal aplicativo que reúne sete mensageiros instantâneos,  incluindo MSN, Yahoo Messenger e Gtalk, retrata a aceitação.
De 286 mil usuários no país em março de 2010, a ferramenta saltou para 1 milhão de pessoas em 2011.
Um dos atrativos está no bolso. Com um plano de dados, o usuário pode  trocar um número ilimitado de mensagens com os contatos que usam o mesmo  programa sem precisar pagar a cada uma delas, como no SMS.
Não à toa, as nações líderes no uso do eBuddy são emergentes como Indonésia, Índia, Egito, México e Brasil.
"O chat [bate-papo virtual] no celular resolve uma necessidade de  comunicação imediata e superior ao SMS", afirma Alex Pinheiro,  presidente da Hands, desenvolvedora brasileira de aplicativos móveis e  representante do eBuddy na América Latina.
As mensagens instantâneas ganham espaço entre os usuários corporativos.  Hoje, segundo a RIM, que vende o BlackBerry, 39 milhões de pessoas usam  o BBM.
TEMPO REAL
Especialistas se dividem em dizer em quanto tempo o SMS começará a encolher.
Segundo a consultoria britânica Mobile Youth, o tráfego de SMS vai cair  20% nos próximos dois anos no Reino Unido, na Indonésia, na África do  Sul e mesmo no Brasil e será gradualmente substituído por mensagens em  comunicadores instantâneos.
Na avaliação de Momma, da TNS, o volume de SMS continuará subindo em  médio prazo, embora a tecnologia deva perder participação no bolo total  de mensagens enviadas.
Atualmente, os celulares correspondem a 48% das mensagens enviadas  pelos brasileiros. Os 52% são dedicados aos PCs. No ano passado, o  volume médio de mensagens diárias enviadas pelos usuários nos dois tipos  de equipamento era de 18, e agora já chega a 33.
 
Operadoras podem ter perda de receita 
O triunfo do bate-papo virtual no celular impõe dois desafios às  operadoras: manter a receita com dados e sustentar sua rede com o  crescimento do tráfego em tempo real.
No ano passado, o faturamento com dados chegou a 17% da receita de  serviços, a R$ 10,2 bilhões. Se os usuários migrarem gradualmente para o  "messenger", parte da receita com a venda dos pacotes de SMS poderia  cair, segundo especialistas.
As operadoras discordam. Para a Vivo, nem todos os clientes usam o chat e, portanto, a canibalização do SMS ainda não existe.
Fiamma Zarife, diretora de serviços da Claro, acredita que os usuários  vão consumir outros tipos de serviços e aplicativos, e por isso a  receita não deve cair.
Outro desafio à rede vem dos planos de navegação móvel por preço fixo, que permitem ao usuário ficar conectado o dia todo.
"Lidar com dimensionamento da rede é, sim, um desafio. É óbvio que o  uso de dados no celular vai crescer", diz Roger Solé, da TIM.
De setembro a dezembro, a TIM já chegou a 8,3 milhões de usuários de internet móvel pré-pago com preço fixo.
Procurada, a Oi preferiu não comentar o assunto.
 
											 
							
							